terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tremmmmmmmmmmmmmmmmmm

Um trem que passa pela multidão. Um trem bala por entre os escombros. Rápido luzidio branco incólume limpo livre de toda sujeira ao redor. A sujeira das ruínas e dos corpos desmantelados, putrefatos, torpes, agonizantes, sangrentos. Um trem que ondula por entre a mágoa e a escuridão e segue brilhando, insensível. A coisa não sente. E eu também. A coisa é tão rápida que nem é nem está e é tudo e já não é. E eu sou nada silenciosamente e estertorosamente um tudo: milissegundo, e de novo: perplexo e inerte. O trem é mais coração que eu. Eu só tenho a máquina que faz jorrar o ferro líquido, o qual a coisa tão sólida faz disso a sua altivez: a dureza firme de seguir brilhante sobre o dilacerado.

(a.l.k.)

sábado, 20 de setembro de 2008

Comes love

Comes a rainstorm, put your rubbers on your feet
Comes a snowstorm, you can get a little heat
Comes love, nothing can be done
Comes a fire, then you know just what to do
Blow a tire, you can buy another shoe
Comes love, nothing can be done

Don't try hiding, 'cause there isn't any use
You will start sliding, when your heart turns on the juice
Comes a headache, you can lose it in a day
Comes a toothache, see your dentist right away
Comes love, nothing can be done


Comes a heat wave, you can hurry to the shore
Comes a summons, you can hide behind the door
Comes love, nothing can be done
Comes the measles, you can quarantine the room,
Comes a mousie, you can chase it with a broom
Comes love, nothing can be done.

That's all brother, if you ever been in love
That's all brother, you know just what I'm speaking of
Comes a nightmare, you can always stay awake
Comes depression, you may get another break
Comes love, nothing can be done

(Lew Brown / Sammy Stept / Charles Tobias)

always with BILLIE HOLIDAY, forever and ever

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Negro Amor

Vá, se mande, junte tudo que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
Chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
E não tem mais nada, negro amor
A estrada pra você e o jogo e a indecência
Junte tudo que você conseguiu por coincidência
E o pintor de rua que anda só
Desenha a maluquice em seu lençol
Sob seus pés o céu também rachou
E não tem mais nada, negro amor
Seus marinheiros mareados abandonam o mar
Seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
Seu namorado já vai dando o fora
Levando os cobertores, e agora?
Até o tapete sem você voou
E não tem mais nada, negro amor
As pedras do caminho, deixe para trás
Esqueça os mortos que eles não levantam mais
O vagabundo esmola pela rua
Vestindo a mesma roupa que foi sua
Risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
E não tem mais nada, negro amor

(Caetano Veloso - Pericles R. Cavalvanti - Bob Dylan)

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