segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A Música Mais Bonita

A música mais bonita eu fiz pra você
E não é essa
A música mais bonita eu fiz pra você
E não
A moça mais bonita eu guardei pra você
Mas ela fugiu
Por entre as horas
Por entre os fios silenciosos
Do teu próprio cabelo
Ela fugiu pra ver o sol menino
Ela partiu pra se banhar menino
Mas percebeu no dia seguinte
Que sol mora nos fios
Do teu próprio cabelo
E nesses dias me falta a terra
E também o ar
E também o ar...

(Juliana Kehl)

Outras Mulheres

Meu corpo é pedra em que nascem
Corais, sargaços e líquen
Que os homens todos me abracem
Só quero aqueles que passem
não quero aqueles que fiquem.
Gosto, meu bem, de andar nua
Me pinto feito arco-íris
Jamais me tires da rua
Porque jamais serei tua
Se tu não me repartires.
Senti paixão por um bando
Escorreguei como os peixes
Por isso eu peço que quando
Sentires que já estou te amando
Eu quero é que tu me deixes.
Sou de ceder minhas graças
Não sou aquela que queres
Pertenço a rodas devassas
Não quero que tu me faças
Igual às outras mulheres.

(Joyce / Paulo Cesar Pinheiro)


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Abaixo-assinado contra a extinção da TVE/FM Cultura



http://forumtve.blogspot.com/

Elegia

Deixa que minha mão errante adentre atrás, na frente
Em cima, em baixo, entre
Minha América, minha terra à vista
Reino de paz se um homem só a conquista
Minha mina preciosa, meu império
Feliz de quem penetre o teu mistério

Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão, meu selo gravo
Nudez total: todo prazer provém do corpo
(Como a alma sem corpo) sem vestes
Como encadernação vistosa
Feita para iletrados, a mulher se enfeita
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns a que tal graça se consente
É dado lê-la

(Augusto de Campos e Péricles Cavalcanti
sobre um poema de John Donne)


sábado, 12 de dezembro de 2009

Coração vulgar

Morre mais um amor num coração vulgar
Deixa desilusão pra quem não sabe amar.
E quem não sabe amar tem que sofrer
Porque não poderá compreender
Que o amor que morre é uma ilusão,
E uma ilusão deve morrer
Um verdadeiro amor nunca fenece
E pouca gente ainda o conhece
Meu bem, se o teu amor morreu,
É porque ninguém o entendeu
Deixa o teu coração viver em paz
O teu pecado foi querer amar demais.

(Paulinho da Viola)

Moyseis Marques - Programa Andante







Nomes de favela

O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!
Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus
Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro
Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar

(Paulo César Pinheiro)

Disritmia

Eu quero
Me esconder debaixo
Dessa sua saia
Prá fugir do mundo
Pretendo
Também me embrenhar
No emaranhado
Desses seus cabelos
Preciso transfundir
Seu sangue
Pro meu coração
Que é tão vagabundo...
Me deixe
Te trazer num dengo
Prá num cafuné
Fazer os meus apelos...

Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...

Vem logo
Vem curar teu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...

Eu quero
Ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom
É ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...

Vem logo
Vem curar seu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...(6x)
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez
Com essa disritmia...
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez!

(Martinho da Vila)

Molambo

Eu sei que vocês vão dizer
Que é tudo mentira
Que não pode ser
E que depois de tudo
Que ele me vez
Eu jamais deveria aceitá-lo outra vez
Bem sei que assim procedendo
Me exponho ao desprezo de todos vocês
Lamento, mas fiquem sabendo
Que ele voltou e comigo ficou

Ficou pra matar a saudade
A tremenda saudade
Que não me deixou
Não me deu sossego momento sequer
Desde o dia em que ele me abandonou
Ficou pra impedir que a loucura
Fizesse de mim um molambo qualquer
Ficou desta vez para sempre
Se Deus quiser!

(Jayme Florence/Augusto Mesquita)


Disfarça e chora

Chora, disfarça e chora
Aproveita a voz do lamento
Que já vem a aurora
A pessoa que tanto queria
Antes mesmo de raiar o dia
Deixou o ensaio por outra
Oh! triste senhora
Disfarça e chora
Todo o pranto tem hora
E eu vejo seu pranto cair
No momento mais certo
Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto
E o seu pranto oh! Triste senhora
Vai molhar o deserto
Disfarça e chora

(Cartola e Dalmo Castelo)

Vingança

Eu gostei tanto,
Tanto quando me contaram
Que ihe encontraram
Bebendo e chorando
Na mesa de um bar,
E que quando os amigos do peito
Por mim perguntaram
Um soluço cortou sua voz,
Não ihe deixou falar.
Eu gostei tanto,
Tanto, quando me contaram
Que tive mesmo de fazer esforço
Prá ninguém notar.
O remorso talvez seja a causa
Do seu desespero
Ela deve estar bem consciente
Do que praticou,
Me fazer passar tanta vergonha
Com um companheiro
E a vergonha
É a herança maior que meu pai me deixou;
Mas, enquanto houver força em meu peito
Eu nao quero mais nada
Só vingança, vingança, vingança
Aos santos clamar
Ela há de rolar como as pedras
Que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu
Pra poder descansar

(Lupicínio Rodrigues)



Amendoim torradinho

Meu bem...
Este teu corpo parece
Do jeito que ele me aquece
Amendoim torradinho
E a gente
Nestes teus braços esquece
Do ponteirinho que desce só
Prá impedir teus carinhos
Eu sinto uma vontade louca
De gritar pela rua
Que eu já colei minha boca na boca que é tua
E de gritar ao teu ouvido lá dentro bem fundo
Que não existe no mundo um amor mais profundo
Que o amor bem vagabundo
Que vem lá do meu bem...
Mas meu... meu bem
Este teu corpo parece
Do jeito que ele me aquece
Amendoim torradinho

(Henrique Beltrão)




Volta por cima

Chorei,
Não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava

Um homem de moral
Não fica no chão
Nem quer que mulher
Lhe venha dar a mão

Reconhece a queda
Mas não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima!

(Paulo Vanzolini)

Sempre eu

Ah, sempre eu
Sempre eu é que irão de dizer
que das brigas de amor sou culpado
Eu, coitado, que nunca tive o direito
de amar ou de ser amado

Ah, sempre eu
Sempre eu é que irão de dizer
que das brigas de amor sou culpado
Eu, coitado, que nunca tive o direito
de amar ou de ser amado

Sempre que sou obrigado a deixar
a pessoa que insiste em me enganar
Sempre dizem
"já esperava, este é sempre o seu proceder"
mas as causas ninguém precisa saber
Sempre eu

Ah, sempre eu
Sempre eu que irão de dizer
que das brigas de amor sou culpado
Eu, coitado, que nunca tive o direito
de amar ou de ser amado
Sempre que sou obrigado a deixar
a pessoa que insiste em me enganar
Sempre dizem
"já esperava, este é sempre o seu proceder"
mas as causas ninguém precisa saber
Sempre eu

(Lupicínio Rodrigues - Felisberto Martins)


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Revés

Logo que me encontrou
Mostrou sua nudez
E eu nem quis indagar porquês
Nem se fazia jus.

Feliz e embasbacado ali
Fugindo em vão dos seus ardis
Já não sabia discernir
O que era sombra e o que era luz.

Mas você despertou
A minha insensatez
E eu sequer pude ser sagaz
Pois nunca lhe supus.

E até para zombar de mim
Do meu revés, minha mudez
Me fez virar de vez refém
Do bem que o seu olhar me fez.

Hoje vivo a perguntar
Onde foi parar meu chão
Em que nuvens estão meus pés e as minhas mãos
Por que é que você não me diz,
Já que estamos a sós, onde pôs
Meus dois olhos exaustos
De ver os seus dois olhos nus?

Não lhe custa responder
Onde está meu coração
Já que desde que lhe vi perdi noção.
Como está pode ser bem capaz
Que ele pulse sem mim, de viés
E eu preciso saber onde jaz
Pra pousá-lo aos seus pés.

Musica de Chico Saraiva
Letra de Mauro Aguiar

Voz: Verônica Ferriani
Violão e Arranjo: Chico Saraiva
Baixo Acústico: Marcelo Cabral
Piano e percussão: Pepe Cisneros



quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Filha de encanto

Eu sou mandingueira, manteúda e Deus me ajuda ainda
Enfrento quebranto, arenga, agouro e me faço linda
Quando meu grito se alonga
Toda quizila escorrega
foge cega com o gume do lume de Yansã.

Eu sou macumbeira, sapopemba e vivo na curimba
Mas tenho decoro não, guardo meu ouro em minha cacimba
Mel do meu canto decola
Chega em Mamãe Dandalunda
Que faz lá minha onda sonora marejar.

Minha voz labareda do samba no breu
É mandinga que alegra, é milagre, é luar
Trago no meu gongá
Um batuque à granel
Que alaga meu sangue de orgulho iorubá

Eu sou brasileira, beiradeira, e força repentina
Esquento o banho de cheiro pro couro da minha cantiga
Minha garganta de seda
É sedução desabrida
Aprendida na fonte escondida de Oxum.

Eu sou curandeira, rezadeira e tenho a voz caluda
Ungüento e encanto que ponho no corpo mamulengo cura
A lama que me ilumina
Na hora da reza clara
É a calma colhida no colo de Nanã.

Minha voz alameda do samba no pé
É candonga que afaga, é luz negra, é mulher
Trago em meu patuá
Talismã de Guiné
Que garante meu canto em qualquer canto que eu for cantar!

Musica de Chico Saraiva
Letra de Mauro Aguiar

Voz: Verônica Ferriani
Violão e Arranjo: Chico Saraiva
Flauta baixo: Carlos Malta
Percussão: Ari Colares


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É d’Oxum

Nessa cidade todo mundo é d’oxum
Homem, menino, menina, mulher
Toda essa gente irradia magia

Presente na água doce
Presente na água salgada
E toda cidade brilha

Presente na água doce
Presente na água salgada
E toda cidade brilha

Seja tenente ou filho de pescador
Ou um importante desembargador
Se der presente é tudo uma coisa só

A força que mora n’água
Não faz distinçao de cor
E toda cidade é d’oxum

A força que mora n’água
Não faz distinção de cor
E toda cidade é d’oxum

É d’oxum, é d’oxum,
É d’oxum,
Eu vou navegar
Eu vou navegar nas ondas do mar
Eu vou navegar
Eu vou navegar
Eu vou navegar nas ondas do mar
Eu vou navegar

(Gerônimo e Vevé Calasans)






Smile

When you first left me I was wanting more
But you were fucking that girl next door, what you do that for
When you first left me I didn’t know what to say
I've never been on my own that way, just sat by myself all day
I was so lost back then
But with a little help from my friends
I found a light in the tunnel at the end
Now you're calling me up on the phone
So you can have a little whine and a moan
And it's only because you're feeling alone
At first when I see you cry,
yeah it makes me smile, yeah it makes me smile
At worst I feel bad for a while,
but then I just smile I go ahead and smile
Whenever you see me you say that you want me back
And I tell you it don't mean jack, no it don't mean jack
I couldn't stop laughing, no I just couldn´t help myself
See you messed up my mental health I was quite unwell
I was so lost back then
But with a little help from my friends
I found a light in the tunnel at the end
Now you're calling me up on the phone
So you can have a little whine and a moan
And it's only because you're feeling alone
At first when I see you cry,
yeah it makes me smile, yeah it makes me smile
At worst I feel bad for a while,
but then I just smile I go ahead and smile

(Lily Allen)

-------------

http://www.youtube.com/watch?v=XNOLuL7HHnU



sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Iansã

"Para onde vai a minha vida e quem a leva?
Porque eu faço sempre o que não queria?
Que destino contínuo se passa em mim na treva?
Que parte de mim, que eu desconheço, é que me guia?"
Senhora das nuvens de chumbo
Senhora do mundo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Eu sou o céu para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim, dentro de mim

(Gilberto Gil e Caetano Veloso, texto de Maria Bethânia)


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Hello

I've been alone with you inside my mind
And in my dreams I've kissed your lips a thousand times
I sometimes see you pass outside my door
Hello, is it me you're looking for?
I can see it in your eyes
I can see it in your smile
You're all I've ever wanted, (and) my arms are open wide
'Cause you know just what to say
And you know just what to do
And I want to tell you so much, I love you ...
I long to see the sunlight in your hair
And tell you time and time again how much I care
Sometimes I feel my heart will overflow
Hello, I've just got to let you know
'Cause I wonder where you are
And I wonder what you do
Are you somewhere feeling lonely, or is someone loving you?
Tell me how to win your heart
For I haven't got a clue
But let me start by saying, I love you ...
Hello, is it me you're looking for?
'Cause I wonder where you are
And I wonder what you do
Are you somewhere feeling lonely or is someone loving you?
Tell me how to win your heart
For I haven't got a clue
But let me start by saying ... I love you

(Lionel Richie)


Poderá também gostar de: